27 agosto 2009

Carência, Inimiga do Amor


Quem não conhece a expressão de que não devemos ir ao supermercado fazer compras quando estamos com fome, pois assim compraremos muito mais de que realmente necessitamos?

Com o amor acontece algo similar. Quando nos sentimos carentes é comum embarcarmos em relacionamentos confusos, pois buscaremos no outro o amor que não conseguimos armazenar em nós mesmos.

Algumas pessoas ao se sentirem carentes, doam intensamente seu amor ao companheiro, oferecendo toda espécie de carinho, afeto, agrado, abrindo mão de sua própria vida em função do outro. O companheiro vem em primeiro lugar, muitas vezes acabam abrindo mão de seus amigos, trabalho, família, filhos, simplesmente para satisfazê-lo. Fazem de tudo em prol do companheiro, vendem sua própria alma, ou melhor seu coração, se for preciso. Se esquecem que são tão merecedoras de amor quanto eles.

No início, o outro pode até gostar, já que recebem tudo, carinho, amor e dedicação total. Com o tempo acabam se cansando desta situação, perdem interesse, desqualificando-as e desmerecendo-as.

Essas pessoas, possuem uma lógica distorcida do amor, pensam que quanto mais se doarem ao seu amado, mais ele as amará.

Quando o indivíduo se esquece de si, abre portas para ser rejeitado, para ser menosprezado e para não ser valorizado pelo companheiro.

Muitas vezes não conseguem se satisfazer com o que recebem. Sugam a energia dos que estão a sua volta exigindo atenção constate, querendo agradar, querendo ser bom em tudo. Por medo de serem abandonados, fazem de tudo para ter seu companheiro por perto, como afirma o ditado: ruim com ele, pior sem ele. A baixa auto-estima sempre vem acompanhada nesses casos, pois não gostando de si, atraem pessoas que também não a valorizam.

Quando a pessoa é independente, inteira e autônoma, ela é mais seletiva em suas escolhas afetivas, tem a capacidade de optar por relacionamentos que irão lhe oferecer trocas mais maduras e criativas. Escolhem parceiros mais maduros psicologicamente, dispostos a dar e receber e a manter um relacionamento onde os dois ganhem.

Voltando ao exemplo do início: quando se está com muita fome até o pão de ontem se aceita. Com carência é igual, pois qualquer coisa é melhor do que nada.

Como não cair nessas armadilhas então? Primeiramente deve priorizar sua vida, saber dar a devida importância a seus valores, idéias e crenças pessoais. Deve estimular o contato com suas amizades, estar aberta a novas amizades ou experiências de vida, dedicar-se a um trabalho produtivo que goste e no qual sinta-se realizada, ter vários prazeres em sua vida e principalmente não limitar o seu existir, o seu propósito de viver em função de uma relação.

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